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domingo, 19 de agosto de 2012

Quais as chances da Terra ser atingida por um cometa ou asteróide?

O impacto de um cometa ocorrido em julho de 2009 contra o planeta Júpiter produziu em sua atmosfera uma enorme cicatriz do tamanho do planeta Terra e trouxe novamente a questão sobre as consequências que um choque desse tipo teria em nosso planeta.

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Segundo o cientista Donald Yeomans, ligado ao NEO, Programa de Objetos Próximos à Terra, da Nasa, existe atualmente 784 grandes objetos com tamanho superior a 1 quilômetro de diâmetro nas proximidades da Terra e caso qualquer um deles atingisse nosso planeta as consequências seriam catastróficas. "Basta ver o que aconteceu em Júpiter", disse Yeomans. "O objeto que se chocou contra Júpiter tinha aproximadamente esse tamanho".
No entanto, Yeomans lembra que as chances de que um desses grandes objetos atinjam a Terra é muito pequena, mas objetos menores também representam riscos e lembrou que devem existir mais de 100 grandes Neos (objetos próximos à Terra) que ainda não foram descobertos.

Baixo risco
Bilhões de anos atrás os impactos eram muito mais comuns. Nossa Lua, por exemplo, mantêm até hoje o registro desses choques na forma de crateras, enquanto na Terra as cicatrizes estão quase todas encobertas pelas intempéries e dinâmicas geológicas do planeta.

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Hoje em dia o sistema solar é menos congestionado que nos anos de sua formação, mas os grandes planetas por terem mais massa atraem para si os objetos errantes, como faz Júpiter e o Sol.
Atualmente, um dos objetos que mais chama a atenção dos cientistas é um asteróide de 130 metros de comprimento chamado 2007 VK184. Observações recentes sugerem que existe 1 chance em 2940 de que 2007 VK184 se choque contra a Terra nos próximos 50 anos. Segundo os cálculos, o impacto da rocha produziria energia equivalente a 150 milhões de toneladas de TNT, aproximadamente 8 mil vezes a bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945.
Entretanto, de acordo com Yeomans, à medida que as observações são refinadas os modelos computacionais reduzem as probabilidades de impacto e em pouco tempo as chances de que 2007 VK184 atinja a Terra serão praticamente nulas.

Chances
No entender de Yeomans, o maior problema atual não são os asteróides já catalogados e sim os que ainda não foram descobertos. Os cientistas estimam que deve haver pelo menos 156 grandes objetos com mais de 1 quilômetro a serem descobertos.
Em média, a Terra é atingida por asteróides de 1 quilômetro a cada 500 mil anos e a cada 100 mil anos por objetos maiores que 500 metros. Para objetos menores a taxa de impacto aumenta para 700 anos para objetos de 50 metros e 140 anos para asteróides de até 30 metros. Objetos menores são praticamente incendiados durante a entrada na atmosfera, produzindo as chamadas bolas de fogo.
Impactos gigantescos, como o que pode ter acabado com os dinossauros há 60 milhões de anos são provocados por asteróides com mais de 10 quilômetros de diâmetro e ocorrem em média a cada 100 milhões de anos.
De todos os objetos próximos que podem cruzar a órbita da Terra, os maiores são o asteróide Sísifo, com 8 quilômetros de diâmetro e Toutatis, com 5.4 quilômetros.


Fotos: No topo, concepção artística mostra um hipotético choque contra a Terra. Acima, imagem de alta resolução feita no dia 23 de julho de 2009 pelo telescópio espacial Hubble mostra a cicatriz negra provocada pelo impacto de um objeto - provavelmente um cometa - contra a atmosfera de Júpiter no dia 19 de julho de 2009. Créditos: Apolo11.com/Esa/Nasa/Space Science Institute).

sábado, 18 de agosto de 2012

Estudo mostra que o Sol é esfera mais perfeita da natureza

Que o Sol é uma bola redonda, todo mundo sabe. No entanto, por girar muito rápido deveria ter o diâmetro equatorial maior que o polar, mas um novo estudo mostra que isso não acontece, tornando nosso Sol o objeto mais esférico já observado na natureza.
Por ser uma bola de gás em movimento de rotação muito forte, a região mais próxima do equador solar deveria ser mais alongada que nos polos, similar ao que acontece em Júpiter onde a alta taxa rotação (uma a cada 10 horas) faz o gigante gasoso ser quase 7% maior no equador do que nos polos.
Agora, após diversos anos realizando medições do disco solar uma equipe de pesquisadores estadunidenses anunciou a primeira medição precisa da suposta protuberância equatorial e os resultados foram inesperados. De acordo com os resultados, o Sol não gera a protuberância esperada e a diferença entre o diâmetro polar e equatorial é de apenas 10 km.
Nossa estrela tem 1.4 milhões de quilômetros de diâmetro e se redimensionarmos suas medidas para o tamanho de uma bola de praia essa diferença não chegaria nem à largura de um fio de cabelo humano. "Nós ficamos chocados", disse o astrofísico Jeffrey Kuhn, ligado à Universidade do Havaí e autor do estudo publicado na revista Science.
Para termos uma ideia do que isso significa, apenas uma esfera artificial de silicone criada especialmente como padrão de pesos é conhecido por ser mais perfeita.

Anos de tentativas
Os resultados do trabalho é a culminação de mais de 50 anos de tentativas de medir o Sol com precisão, quase sempre prejudicadas pela presença da atmosfera da Terra, que distorcia as imagens. "Finalmente, conseguimos fazê-lo a partir do espaço", diz Kuhn.
Para realizar as medições a equipe de utilizou dados do satélite SDO, Laboratório de Dinâmica Solar, da Nasa, que precisou ser reorientado diversas vezes para registrar as mínimas variações da superfície da estrela.
As observações são fundamentais para a compreensão do interior do sol, que gira em velocidades diferentes da mesma forma que o tráfego em uma autoestrada. Esta distribuição assíncrona de velocidade pode ser inferida a partir das medições do formato da estrela e também do modo como ela oscila. A nova medição mostra que as camadas exteriores do Sol se movem mais lentamente do que o esperado, o que segundo Kuhn pode ser causado pela turbulência abaixo da superfície.
A equipe também procurou por mudanças na largura do Sol ao longo de um período de dois e que pudesse estar relacionada ao ciclo solar de 11 anos, mas descobriram que se essas variações estão lá, são muito pequenas para serem detectadas.
Kuhn avisa que novas surpresas podem estar escondidas, já que Sol muitas vezes confunde aqueles que tentam prever o seu comportamento. "Cada vez que observamos o Sol sentimos que fomos enganados. E isso é maravilhoso!", afirma Kuhn.

Foto: Imagem mostra o Sol em momento de uma forte tempestade ejetando ao espaço milhões de toneladas de gás. Crédito: NASA-ESA/SOHO, Apolo11.com

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Astrônomos descobrem maior fábrica de estrelas do Universo

Utilizando dados do telescópio espacial Chandra, cientistas estadunidenses encontraram evidências de que um único aglomerado esteja criando cerca de 750 estrelas por ano. Essa é a maior taxa de nascimento de estrelas já observada em um objeto desse tipo e supera de longe a Via Láctea, que forma uma estrela a cada ano.
Aglomerado Phoenix
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Batizado de aglomerado Phoenix devido à sua localização dentro da constelação de mesmo nome, o objeto tem chamado a atenção dos especialistas não só pela alta taxa de nascimentos de estrelas, mas também pelas suas propriedades eletromagnéticas, já que Phoenix é o maior gerador de raios-x entre todos os aglomerados conhecidos.
Como outros aglomerados de galáxias, Phoenix também contém um vasto reservatório de hidrogênio aquecido, mas a quantidade é tão grande que supera toda a matéria das outras galáxias do aglomerado juntas.
Normalmente, um gás como o hidrogênio não produz emissão no comprimento de onda dos raios-x, mas isso muda quando comprimido absurdamente pela ação gravitacional. O gás se comprime tanto que aquece, produzindo comprimentos de onda cada vez menores até chegarem aos raios-x. Essa emissão é invisível aos nossos olhos, mas telescópios sensíveis a esse comprimento de onda, como o Chandra, podem detecta-los.
Aglomerado Phoenix
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Dentro do aglomerado, esse gás aquecido e resfriado ao longo do tempo faz a matéria da região central fluir em direção ao interior, onde as novas estrelas se formam.
Estas características da galáxia central podem ser vistas na concepção artística mostrada. Nela, o gás aquecido é visto em vermelho enquanto o material resfriado apresenta tons azulados. As faixas, similares a grandes tentáculos, são os fluxos de gás que se movem por milhares de anos-luz enquanto as estrelas recém-nascidas são identificadas na forma de pontinhos azulados.
Um close-up do centro da imagem óptica e ultravioleta vista acima, mostra que a galáxia central tem muito mais tons azuis do que as galáxias próximas do cluster, indicando a presença de inúmeras estrelas quentes e maciças ainda em estágio de formação.

Artes: No topo, concepção artística mostra a região central do aglomerado Phoenix, localizado a 5.7 bilhões de anos-luz da Terra. Acima, imagem real do aglomerado vista por três telescópios diferentes. As cores púrpuras foram captadas pelo telescópio de raios-x Chandra, enquanto imagens ópticas do telescópio Blanco, de 4 metros, são vistas em tons vermelhos, verdes e azuis, mescladas às do telescópio espacial ultravioleta Galaxy. Créditos: Nasa, AURA, M.Weiss , Apolo11.com.